Bateria

28/07/2011 22:11

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 Bateria

 
Um dos muitos instrumentos de percussão de uma bateria de escola de samba: o repique.

É uma espécie de orquestra com instrumentos de percussão, que devem acompanhar o canto e conduzir o ritmo (seção rítmica) do desfile.[54] Quanto mais rápido e em ritmo mais forte a bateria toca, mais rápido os integrantes costumam desfilar, havendo portanto uma associação vital entre este quesito e o quesito evolução. No Grupo Especial carioca, cada escola possui, atualmente, uma média de 250 a 300 instrumentistas.[9][carece de fontes?] No quesito bateria, devem ser avaliados "a manutenção regular e a sustentação da cadência da Bateria em consonância com o Samba-Enredo; a perfeita conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos; a criatividade e a versatilidade da bateria".[40]

Costumam fazer parte de uma bateria de escola de samba os seguintes instrumentos: Surdo de primeira, Surdo de segunda,surdo de terceira, caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim, cuíca, agogô, reco-reco, pandeiro, e prato.[55]

Há variações nesta composição, por exemplo, a Mangueira não utiliza o surdo de segunda, só o de primeira,[56] enquanto o Império Serrano dá destaque aos agogôs.[57]

Nos anos 1960, surgiram as "paradinhas" do Mestre André, famoso diretor da Mocidade Independente de Padre Miguel, que, na verdade, foi o criador deste "efeito musical", que acontecia durante o desenrolar do desfile, em determinado momento, geralmente quando era executado o refrão do meio, subitamente parava de tocar, deixando o samba só no cavaquinho e na voz dos componentes, para retornar em seguida, de modo surpreendente e emocionante. O efeito esperado, considerado belíssimo pela crítica, é também arriscado, pois aumenta as chances de que o samba "atravesse", termo utilizado pelos sambistas para designar falhas, geralmente graves, cometidas pelos componentes da escola, que retornam no ponto errado da letra do samba em detrimento dos demais que estão cantando "junto" com o interprete (puxador) da escola.[1][58]

Em 1997 a sensação do desfile foi a bateria da Viradouro sob o comando do Mestre Jorjão que em diversos momentos durante o desfile, executou o ritmo do funk por alguns instantes.[59]

 

 Diretor de bateria

Como toda orquestra, as baterias de escolas de samba também possuem o seu maestro, que no caso é o diretor de bateria, também chamado mestre de bateria, sendo os auxiliares do mestre por sua vez também chamados de diretores.[9] há também o cargo de presidente da bateria, que já foi ocupado por Ivo Meirelles na Mangueira, e a comissão de bateria, qué é quando não somente um diretor de bateria é responsável pela escola, e sim um conjunto de vários diretores que juntos decidem os caminhos da agremiação.

 Rainha de bateria e afins

Também são elementos que recebem destaque a rainha de bateria[60] e suas derivadas: madrinha, musa, e princesa, espécies de cargos figurativos onde pessoas da comunidade ou por vezes artistas famosas são escolhidas para desfilar a frente da bateria da agremiação.[9]

A figura das rainhas de bateria surgiu na década de 1970, quando a famosa mulata Adele Fátima, veio a frente da bateria da Mocidade Independente, fato inédito, até então, mas se popularizou na década seguinte. Atualmente são uma das figuras mais festejadas (pela imprensa) das escolas de samba. Monique Evans, na Mocidade, Luma de Oliveira, na Viradouro, Luíza Brunet, na Imperatriz e Soninha Capeta, na Beija Flor foram algumas notáveis rainhas de bateria. Algumas escolas já introduziram a figura do Rei de bateria.[61]

Já a madrinha de bateria é um elemento semelhante à rainha, sendo que as duas muitas vezes se confundem.[62] Muitas escolas criam os dois cargos para poder homenagear assim um maior número de pessoas, pois na década de 1980, o fato de muitas escolas privilegiarem artistas alheias ao cotidiano da escola com o cargo, em detrimento de garotas da comunidade, causou discussões e polêmicas na mídia.[63] Em tese, o cargo de madrinha deveria ser oferecido a mulheres de importância na história ou no cotidiano da escola, sendo um título vitalício, que não muda a cada ano, como o cargo de rainha, porém nem sempre isto se dá,[64][65] sendo a madrinha apenas uma rainha com outro nome.